"Não seria a necessidade de alienação uma constante, ou um modo de vida? A incapacidade de perceber e interpretar o entorno e o significado interdependente de viver em sociedade, leva a acreditar que as notícias tendenciosas são a verdade. Pode-se perceber que os atos violentos e o desrespeito cotidiano se estruturam a partir dessa não percepção.
A realidade é que o sujeito na atual conjuntura, está sozinho e não há regras ou modelo a seguir. Ao mesmo tempo, a autonomia é um princípio fundamental e a doença é a incerteza. Necessita falar ou transferir suas mazelas e assim, livrar-se daquele peso, partilhando-o. Se esta necessidade não se efetiva, passa a “guardar” a mesma, que transforma-se em fardo e as vezes pesado demais para suportar.
Assim, as redes sociais passam a ser um local de desabafo, de transferir o fardo, culpando alguém, inclusive. Mais conectados, também mais isolados, retroalimentando o ciclo vicioso." ( Do livro: Appio, Alexandre J. A patologia coletiva: No contexto social, psicológico e educacional. Londrina: Viseu, 2019. p. 12)
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